O “efeito forsaken” na comunidade de Counter-Strike

Na última semana, mais precisamente na sexta-feira, 19 de outubro, o jogador indiano Nikhil “forsaken” Kumawat, que atuava pela OpTic India, foi flagrado usando hacks durante uma partida presencial das finais asiáticas da eXTRESMELAND 2018 (clique/toque aqui e leia a notícia).

A situação foi contornada pela organização americana ao demitir de imediato o jogador e, após algumas horas, liberar também o restante do elenco de seus contratos. Assim, a ascendente OpTic India deixou de existir.

Forsaken, ex-jogador da OpTic Gaming, foi banido por 5 anos pela ESIC (Foto: OpTic Gaming)

E qual é o impacto causado por um jogador que foi pego ao usar hack em uma partida em LAN? Muitas perguntas surgem quando falamos do uso de cheats em campeonatos presenciais, mas a maioria da comunidade não acreditava ou não achava possível tal ato acontecer.

O maior impacto do caso indiano é a explosão causada pela notícia. Ninguém esperava tal fato acontecer. A revelação pegou todos de surpresa, até porque não era um campeonato acompanhado em peso pela comunidade, o que não muda a dimensão que uma descoberta dessa tem sobre o cenário.

Com o flagra de forsaken, podemos e devemos esperar que as organizadoras de torneios fiquem mais atentas aos computadores e dispositivos que os jogadores utilizam para realizar seu trabalho. Especialmente em campeonatos presenciais de menor expressão, é de suma importância que essa verificação seja feita por parte dos administradores da partida.

Já vimos muitas jogadas suspeitas, muitas inclusive de players famosos e referências no Counter-Strike, mas será que essas dúvidas podem acarretar em uma confirmação do uso de aditivos para o jogo?

A verdade é que nunca saberemos ao certo. Se o jogador indiano foi flagrado usando, podemos sim ter situações assim em campeonatos maiores e até em Majors, por que não? Se é possível passar despercebido em um evento, torna possível acontecer em outros.

Fato é que, com o flagra de forsaken, nada será feito às claras como o próprio indiano fez, renomeando o arquivo de seu cheat para “word.exe”. Esperamos, sinceramente, que nenhum profissional de alto nível faça uso de coisas assim, mas com esse caso, ficou mais do que provado a possibilidade de trapacear, até mesmo em presenciais.

Em entrevista ao site indiano AFK Gaming, forsaken se desculpou com seus companheiros, com a organização e com a comunidade:

Eu estava confiante nas minhas decisões, no meu entendimento do jogo, etc., mas nunca estive confiante na minha mira, então para compensar a falta de confiança, escolhi o caminho errado.

Novamente, confirmamos a necessidade de um anti-cheat mais eficaz por parte da Valve, pois se o algoritmo funcionasse, as organizadoras não precisavam ter o seu próprio. A produtora do Counter-Strike a cada dia mais atesta que não sabe o que fazer com esse problema de hacks em seu jogo.

Ainda há a teoria da Valve não consertar seu anti-cheat de propósito, para banir os jogadores e os forçá-los a comprar novamente o jogo, assim fazendo-os lucrar cada vez mais. Mas isso não passa de um boato que também nunca descobriremos a verdade.

Fato que é necessário uma política muito restrita em relação ao uso de artifícios in-game, como aplicação de longos bans, como no caso de forsaken, que levou 5 anos de banimento. Dessa forma, inibe, pelo menos em algumas situações, o jogador de utilizar de aditivos que não são permitidos nos jogos.

A punição de 5 anos é pesada, mas justa. Hacks são provavelmente os maiores destruidores de jogos em todo mundo. Hoje em dia, vemos jogos infestados de hackers, que se tornam “injogáveis” na circunstância em que estão. Por isso, é necessário a aplicação de castigos severos e que mostrem aos outros players, e à própria comunidade, o quanto isso é intolerável, não só no Counter-Strike, mas nos esports em todo mundo.

A ESIC se pronunciou sobre o banimento com o texto abaixo:

Estamos conscientes de que muitos na comunidade de CS:GO vão discordar disso e nós entendemos o sentimento, mas não concordamos com isso e achamos que as sanções nos esports devem refletir a prática aceita nos esportes tradicionais, à medida que nossa indústria se profissionaliza.

E você, leitor do The Clutch? O que achou da punição de forsaken? E qual será o impacto disso para a comunidade e para o cenário de CS e dos Esports?

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